quinta-feira, 18 de agosto de 2011

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

O Barroco Mineiro

O Barroco foi uma das formas de expressão artística mais visíveis entre o século XVII e a primeira metade do século XVIII, no Brasil.  O enriquecimento provocado pela mineração e a forte religiosidade dos povos das minas, favoreceram o desenvolvimento das artes em Minas Gerais.

  A vida cultural nas Minas Gerais desenvolveu-se principalmente em torno das Igrejas e confrarias. Por essa razão, a arquitetura, a escultura sacra e a música se desenvolveram na região e deixaram importantes registros do Barroco brasileiro.

  Na arquitetura, temos importantes construções no estilo Barroco como a Igreja do Carmo, em São João Del Rei e a Igreja de São Francisco de Assis, em Ouro Preto. A arquitetura não-religiosa também foi importante nessa época, um exemplo é a cidade de Tiradentes. 

O mais famoso artista do barroco Mineiro foi Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho (1730/1814), responsável por uma vasta obra na arquitetura e na escultura, destacando-se com projetos nas igrejas e nos centros urbanos.
Quem foi Aleijadinho?
Nascido filho do português Manuel Francisco Lisboa com uma escrava negra, seus trabalhos revelavam o extraordinário desenvolvimento do Barroco Mineiro. Considerado gênio por muitos, sofria de uma doença que o deformava - origem do apelido "Alejadinho" - e, por isto trabalhava com o martelo e o cinzel amarrados nos braços. Considerava-se um "escultor ornamental" que utilizava, no exercício de sua arte, o padrão decorativo do entalhe (madeira esculpida). Entre as suas inúmeras obras, a mais significativa encontra-se na atual cidade de Congonhas do Campo, no santuário de Nosso Senhor Bom Jesus de Matosinhos.
Obras de Aleijadinho:

Devoção: Detalhe de Nossa Senhora das Dores, uma autêntica obra de Aleijadinho com todos os elementos de seu estilo Barroco



















Igreja de São Francisco de Assis/ Ouro Preto-MG







Quem foi Manuel da Costa Ataíde?

Mais conhecido como Mestre Ataíde (Mariana, batizado em 18 de outubro de 1762) foi um militar e celebrado pintor e decorador brasileiro. Um importante artista do Barroco-Rococó mineiros e teve uma grande influência sobre os pintores da sua região.
 Retratou no teto da igreja de São Francisco, em Ouro Preto, a Virgem Maria como uma mulher morena que, cercada de anjos mulatos, acolhia piedosamente os fiéis em sua glória no teto da igreja de São Francisco, em Ouro Preto, fugindo aos padrões da pintura européia.


Igreja de São Francisco de Assis em Ouro Preto, onde Mestre Ataíde deixou uma de suas obras mais famosas: Assunção de Virgem Margem Maria.












Os links abaixo são vídeos da cidade de Ouro Preto. Assistam:
http://www.blogger.com/goog_620460768
http://www.blogger.com/goog_620460768
http://www.youtube.com/watch?v=VV0cUVZrd5A

Fontes: www.wikipedia/ paiweb.com/wapedia.com

sábado, 6 de agosto de 2011

Concurso:" Eu, minha cidade e os 300 anos do Ciclo do Ouro."

Foi lançado, ontem (17), na Assembléia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) o Concurso de Redação “Eu, Minha Cidade e os 300 Anos do ciclo do ouro”, com o objetivo de fazer com que os estudantes relacionem a realidade em que vivem com a história de Minas Gerais.

Ciclo do ouro
O que é: Ciclo do ouro ou da mineração (1700 a 1800) foi um rico período da história do Brasil, quando o metal amarelo e tão cobiçado, revolucionou o país.  Na busca dos minérios formaram-se as "entradas e bandeiras", e, com elas, começaram as penetrações para o interior. Descobertas as "minas" tratou o governo de controlar a saída do ouro, visando a cobrança do imposto.  E assim,a extração e exportação do ouro dominava a dinâmica econômica da colônia.
Como se deu: Em 23 de junho de 1698, a "bandeira" comandada por Antônio Dias de Oliveira chegou aos pés de um pico, chamado Itacolomi. Nascia a inesquecível Vila Rica (atual Ouro Preto), que foi capital da província até o final do século XIX.  Os imigrantes vinham de todo lugar, ansiosos por fazer riquezas naquele novo Eldorado. Ali seriam lançados os fundamentos de uma fabulosa cidade, por cujas ruas percorreriam o ouro e os ideais de liberdade.
O ciclo do ouro e do diamante foi responsável por profundas mudanças na vida colonial. Em cem anos a população cresceu de 300 mil para, aproximadamente, 3 milhões de pessoas, incluindo aí, um deslocamento de 800 mil portugueses para o Brasil. Paralelamente foi intensificado o comércio interno de escravos, chegando do Nordeste cerca de 600 mil negros. Tais deslocamentos representam a transferência do eixo social e econômico do litoral para o interior da colônia, o que acarretou na própria mudança da capital de Salvador para o Rio de Janeiro, cidade de mais fácil acesso à região mineradora. A vida urbana mais intensa viabilizou também, melhores oportunidades no mercado interno e uma sociedade mais flexível,
Sociedade: A camada socialmente dominante era mais heterogênea, representada pelos grandes proprietários de escravos, grandes comerciantes (mineradores) e burocratas. A novidade foi o surgimento de um grupo intermediário formado por pequenos comerciantes, intelectuais, artesãos e artistas que viviam nas cidades.O segmento abaixo era formado por homens livres pobres (brancos, mestiços e negros libertos), que eram faiscadores, aventureiros e biscateiros, enquanto que a base social permanecia formada por escravos que em meados do século XVIII, representavam 70% da população mineira.

Para o cotidiano de trabalho dos escravos, a mineração foi um retrocesso, pois apesar de alguns terem conseguido a liberdade, a grande maioria passou a viver em condições bem piores do que no período anterior, escavando em verdadeiros buracos onde até a respiração era dificultada. Trabalhavam também na água ou atolados no barro no interior das minas. Essas condições desumanas resultam na organização de novos quilombos, como do rio das Mortes, em Minas Gerais, e o de Carlota, no Mato Grosso.
A ambição dos imigrantes origina o primeiro grande conflito pelo ouro: a guerra dos emboabas, que envolveu paulistas e demais imigrantes. Em decorrência disso, a Coroa Portuguesa criou em 1720 a Capitania das Minas, desmembrada de São Paulo. Passou a controlar duramente a extração, recolhendo 20% de tudo que era produzido, o chamado quinto.
 As atividades agrícola e manufatureira praticamente não existem. Apenas uma agricultura de subsistência e criação de pequenos animais, como o porco. Os demais produtos chegam às regiões mineradoras no lombo de burros. A província cresce rapidamente e com ela a carência por produtos de primeira necessidade. Os mercadores ambulantes também se estabelecem nos povoados. Surge o primeiro grande mercado consumidor do Brasil. Tudo é comercializado, de escravos africanos a artigos importados da Europa. A abertura do Caminho Novo intensificou ainda mais a troca de mercadorias, ligando o Rio de Janeiro às regiões mineradoras. O ouro fez com que a capital da Colônia se transferisse de Salvador, na Bahia, Nesse ambiente tornou-se possível o surgimento de um movimento artístico e cultural sem precedentes no Brasil. As vilas se tornam prósperos redutos, onde floresce uma rica arquitetura. As artes tomam impulso, lembrando em muito o renascimento europeu. O Barroco Mineiro impressiona por seu esplendor, sua força e dramaticidade e mestres como Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, e Manuel da Costa Ataíde encontram o ambiente perfeito para exercerem sua genialidade
Para proteger a região mineradora, estabeleceu então o governo central, onde hoje se conhece como Zona da Mata Mineira. Uma barreira natural das montanhas e florestas que margeavam o caminho que seguia do Rio de Janeiro para a região central das Minas Gerais. Assim, toda a faixa de terras do leste mineiro, à direita do antigo caminho que subia para a região do ouro, até o final dos anos de 1700, era ocupada apenas por matas e pelos “primeiros habitantes” (Puris, Coroados e Coropós), o que a tornava um obstáculo natural de grande valia. Uma área que não deveria ser habitada nem transitada, “uma área proibida”, para assim evitar que por ela fossem criadas rotas para o contrabando do ouro para eventuais portos clandestinos nos litorais fluminense e capixaba. Daí decorre o fato de a Zona da Mata ter permanecido por um longo período, depois do descobrimento do Brasil, sem a presença de colonizadores.  
O declínio do Ciclo do Ouro intensificou o processo de ocupação da Zona da Mata. Em 1830, a pecuária começou a desdobrar-se para o interior do estado e o café foi expandindo-se na região. E assim enquanto as regiões de Ouro Preto, São João del-Rei, Mariana e Congonhas se baseavam na extração mineral, a Zona da Mata se dedicava aos produtos agrícolas, justamente para suprir a demanda dos mineradores. A lavoura mostrou-se uma opção viável e as terras férteis da “zona proibida” tornaram-se atraentes, além de muitos deles contarem com escravos em grande número, o que facilitava a tarefa de desmatamento.  
A chamada Zona da Mata começou a ser povoada no início do século XIX. Com muita rapidez o milho, o café de forma mais visível e as fazendas de um modo geral invadiram quase toda a mata. Números registrados por João Heraldo Lima, em “Café e Indústria em Minas Gerais 1870-1920”, página 13, informam que a região contava com 20 mil habitantes em 1822, saltando para 254 mil em 1872 e, para 430 mil, em 1890. 
O café já se tornara, em 1830, o principal produto de exportação de Minas Gerais, sendo a Zona da Mata a maior produtora. Começou pela fronteira com o Rio de Janeiro e depois foi se interiorizando em Minas Gerais.
Em 1817, Constantino José Pinto, com outros 40 homens, comercializando ervas e produtos medicinais, desceu pelo Rio Pomba e atingiu o RioMuriaé, onde aportou construindo seu abarracamento junto a uma cachoeira, local onde hoje é conhecido como Largo do Rosário. Ali foi fundado o aldeamento dos índios, com demarcação das terras destinadas ao plantio para o sustento dos silvícolas. Nascia “São Paulo do Manoel Burgo”. Em 1819, o francês Guido Tomás Marlière chega e ergue a Capela do Rosário. Começaram a aportar extratores de madeiras-de-lei e, principalmente, de plantas medicinais, em busca de raízes de ipecacoanha, chamada vulgarmente de poaia. Era o início da atividade econômica do futuro município.
O povoado cresceu rapidamente, a princípio, com uma só rua ao longo do rio - dando origem ao “Porto”, à “Barra” e à “Armação”, em razão do rio que margeavam - e, depois, disseminando o seu casario em todas as direções. Em 7 de abril de 1841 foi criado o distrito com o nome de São Paulo do Muriahé, pertencendo a São João Batista do Presídio (atual município de Visconde do Rio Branco) e subordinado eclesiasticamente a Santa Rita do Glória (atual município de Miradouro).
Em 16 de maio de 1855, pela “Lei nº. 724”, com o nome de São Paulo do Muriahé o distrito foi elevado à categoria de vila, desmembrando-se de São João Batista do Presídio. A vila de São Paulo do Muriahé seria elevada à condição de cidade apenas em de 25 de novembro de 1865, pela “Lei nº. 1257”. A denominação Muriaé só viria com a “Lei nº. 843”, de 7 de setembro de 1923.
Nas últimas décadas do século XIX, Muriaé já era grande produtor de café, condição que manteve até meados do século XX. A monocultura cafeeira foi a primeira grande responsável pelo desenvolvimento econômico do município. O progresso da nova localidade foi constante, principalmente a partir de 1886, data da inauguração da Estação da Estrada de Ferro Leopoldina que ligaria, diariamente, Muriaé à Capital da República (Rio de Janeiro). Os coronéis, proprietários das grandes fazendas produtoras, representavam não só a elite econômica da região, como também sua expressão política, com forte influência em Minas Gerais e no país. Em 1905, a produção cafeeira da Zona da Mata era significativa, sendo Muriaé o maior produtor, com 1,5 milhão de arrobas. Contudo o Rio de Janeiro ainda era o maior produtor nacional, até que a hegemonia fluminense entrou em decadência e foi superada por São Paulo, que antes estava atrás de Minas Gerais.
A instalação dos trilhos da Estrada de Ferro Leopoldina Railway introduz grandes mudanças na paisagem social da cidade. Junto ao trem chegam as notícias trazidas pelo telégrafo e correio, atualizando os cidadãos interessados.
A euforia permanece até o crash de 1929, quando se instaura grave crise econômica que afetou profundamente o município, mas a economia voltaria a crescer durante a fase getulista, principalmente após a abertura da estrada Rio-Bahia, inaugurada por Getúlio Vargas em visita à cidade em 1939. O grande fluxo de veículos trazido pela nova rodovia inseriu Muriaé entre as cidades de maior progresso da região. A monocultura cafeeira passou a ceder espaço para outras atividades econômicas. Na década de 1960, a mecânica automotiva começou a atingir grande expressão, graças ao asfaltamento da rodovia Rio-Bahia, e o município passou a ser referência no ramo da retífica de motores.
A maior parte do PIB do município de Muriaé é relativa ao setor terciário, o qual dota a cidade de uma boa infra-estrutura de serviços. O centro comercial de Muriaé é bem desenvolvido, conta com grandes lojas de redes de eletrodomésticos, mercados e tudo que um bom centro regional precisa ter, um grande shopping a céu aberto.
A indústria também tem papel de destaque, principalmente a indústria da moda- confecção de artigos do vestuário e acessórios. O pólo de moda deMuriaé (composto pelas cidades de Muriaé, Eugenópolis, Laranjal, Patrocínio do Muriaé e Recreio) é composto por 550 empresas formais, que empregam diretamente cerca de 10,5 mil profissionais produzingo 2,5 milhões de peças/mês e movimentando anualmente aproximadamente R$230 milhões. Nos últimos anos, o pólo vem se consolidando como importante referência do setor confeccionista brasileiro, investindo em máquinas e equipamentos modernos, no desenvolvimento de produtos, em pesquisa, utilização de tecidos inovadores e, principalmente, em design.
Outras indústrias, como as de produção de alimentos e bebidas e montagem de veículos, completam o parque industrial muriaeense. Na agropecuária, de pequena participação no PIB, destacam-se a criação de bovinos (principalmente gado de leite), galináceos, suínos.
OBS: A suposta riqueza gerada pela mineração não permaneceu no Brasil e nem foi para Portugal. A dependência lusa em relação ao capitalismo inglês era antiga, e nesse sentido, grande parte das dívidas portuguesas, acabaram sendo pagas com ouro brasileiro, o que viabilizou ainda mais, uma grande acumulação de capital na Inglaterra, indispensável para o seu pioneirismo na Revolução Industrial.
Fontes: